sábado, 24 de março de 2012

sábado, 17 de março de 2012

De volta ao passado

Resolvi criar o espaço "De volta ao passado", onde uma vez por semana, publicarei algo voltado ao passado de minha família, de minhas amadas João Monlevade e Rio Piracicaba, e que não precisa ser, necessáriamente, através de pinturas, mas que pode ser, também, através de uma foto.

Inaugurando este espaço, coloco aqui uma foto de meu saudoso e sempre amado pai, o "Homem Dos Coloridos", o grande mestre da pintura, Marinho Maximiano Silva, que através de seu talento e de seu trabalho, tanto engrandeceu o nome de sua Rio Piracicaba e de João Monlevade, cidade que escolheu para criar a sua família e que o acolheu com o mesmo amor que ele nutria por ela e sempre lhe dedicou.

Meu pai realizou grandes trabalhos para estas duas cidades e toda a região, sendo destaque em vários jornais a nível estadual, inúmeros exemplares da revista Mostrar e tendo um programa dedicado a sua vida e obra na extinta TV Itacolomi.

Na foto o Artista Plástico Marinho Silva aparece diante do primeiro quadro que pintou, quando tinha apenas 14 anos de idade. O "Cristo Ora Nas Oliveiras" é uma obra de 86 anos, e me foi presenteada por meu pai logo que me casei. Hoje fica na minha sala, abençoando a todos que entarm em minha casa.  

Esta é a minha homenagem ao meu pai, e ao seu centenário de nascimento, comemorado em janeiro desta ano.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sr. Expedito Evaristo, pensando na vida...

Uma das telas que pintei, e pela qual tenho um grande carinho, é a que recebeu o nome de "Pensando Na Vida", onde eu retratei, a pedido do meu cunhado, Geraldo Evaristo, o meu sogro, o Sr. Expedito Evaristo Alves.

Na imagem, o Sr. Expedito está sentado na frente da sua venda, no bairro Jacuí, fumando seu cigarro (vício que deixou em 1997) e pensando na vida. O quadro, feito em tons de cinza, ficou por muitos anos com o Geraldo, e na ocasião do aniversário de 60 anos de meu marido, Omar Evaristo, lhe foi dado de presente por seu irmão.

Em 21 de junho de 2010, perdemos o meu querido sogro. Ficaram as ótimas lembranças de quase 40 anos de convívio com este homem maravilhoso, que sempre nos transmitia sua paz e sapiência.

Hoje, sua imagem, retratada por mim, ilumina a sala de jantar de minha casa. A cada vez que nos sentamos para as refeições, ou passamos pelo local, lá está o Sr. Expedito, pensando na vida... e nos dando a sua benção. 


segunda-feira, 12 de março de 2012

A inspiração

Pintar é, para mim, um sacerdócio. É algo que enche a minha vida. Tudo serve de inspiração. Uma flor, uma casa velha no meio do caminho, as alegrías e as amarguras da vida. Tudo isto vira cores em uma tela branca.

A ispiração chega de mansinho, e quando dou conta e vou ver, ela já entrou no meu peito. Ela toma conta de minhas mãos e se torna viva em um quadro. Fico por um certo tempo perdida, até me recuperar. Quando me dou conta, vejo que tudo teve sentido nas cores e imagens que colori com as minhas tintas. É algo fascinate.

A inspiração parte e eu desperto para a realidade da vida. Fico, às vezes, com medo de ela não mais voltar. Mas ela está sempre por perto... 

("Velha Cesta" da coleção "Azul Hortência)

domingo, 11 de março de 2012

Zulma Maria e as cores de Minas

Nascida em João Monlevade, nas montanhas mineiras, em um dezembro de céu azul e cores vivas de verão, Zulma Maria Leite e Silva já chegou ao mundo com a arte no sangue.

Nascida em uma das mais tradicionais famílias de Rio Piracicaba, Zulma é filha do casal Marinho Maximiano Silva e Abigail Leite e Silva (Dona Bêga). Foram escolhidos como padrinhos, Vicente Iannarelli e sua esposa, Dona Maricas Iannarelli, que eram grandes amigos de seus pais. Sua prima, Lêda Leite, foi quem a consagrou.

Zulma Maria vem de uma família de artistas e creceu em meio a pincéis, tintas, flores, violinos, bandolins, fogos de artifícios e jóias.  Pelo lado paterno, sua avó , Maria Manoella Leite Silva, foi a primeira florista profissional de Rio Piracicaba, e seu avô Thomáz D`Aquino Silva, era Ourives. Do lado materno, seu avô José Baptista Leite era Fogueteiro e possuía uma fábrica de fogos. Sua avó, Maria José D`Azevedo Leite, sempre demosntrou ter forte inclinação pelo paisagismo, cultivando lindos jardins em seu casarão na pacata Rio Piracicaba.

Seu pai, Marinho Maximiano Silva se destaca como um dos maiores artistas plásticos de nossa região, além de ser um excelente músico.  Mestre Marinho, "O Homem Dos Coloridos" - como é conhecido, estudou pintura e paisagismo em Belo Horizonte, sendo aluno e discipulo do famoso pintor paisagista mineiro, Agostinho Andrade. Retornando a Rio Piracicaba, Marinho se casou com sua prima, Abigail Leite e em seguida se mudou para João Monlevade, onde trabalhou durante anos como Contramestre Chefe de Pintura e Artes da Belgo Mineira. O casal teve seis filhos: Ney (falecido ainda bebê), Maria Benedita, Sônia Maria, Cláudio Antônio, Zulma Maria e Célia Maria.   Duas de suas filhas herdaram seu talento: Sônia Maria (falecida em 2010) e Zulma Maria. A artista ainda tem um irmão caçula, Alexandre, fruto do segundo casamento de seu pai com a também Artista Plástica Ermínia Fonseca.

Zulma Maria começou a pintar bem pequena, quando pegava os pincéis e tintas de seu pai escondidos. Aos 10 anos recebeu de Marinho e Bêga um presente que marcaria em definitivo seu amor pela arte: um jogo de tintas e telas. A artista conta que não se lembra ao certo quando começou a desenhar e colorir. Zulma conta, que desde que se entende por gente, brinca com as cores. Formou-se em Ciências Exatas, área na qual trabalhou até se aposentar, mas sem nunca abandonar o ofício de artista. Foi professora de pintura durante alguns anos no Instituto Inarte, uma das mais conceituadas escolas de artes dos anos 60 e 70 em João Monlevade.

(na foto: a artista plástica e a amiga Maria Gonçalves, irmã da cantora Clara Nunes)

Em fevereiro de 1975, casou - se com Omar Evaristo Alves, acrescentando o sobrenome do marido ao seu, e passando a assinar algumas de suas obras como Zulma Alves. Casada a 37 anos, é mãe de 2 filhos, Cristiano Eugênio  e Caio Fernando , e avó de Maria Eduarda  e Fernando Eugênio, frutos do casamento de Cristiano com Pollyane Benício Pimentel Alves.

(na foto: Caio, Omar, Zulma e Cristiano)

Zulma Maria recebeu, ao longo desses mais de 40 anos de carreira profissional, inúmeras homenagens, sendo que considera o Troféu Helena Gonçalves como sendo um dos mais especiais, por tê-la reconhecido como melhor artista plástica de João Monlevade e uma das únicas com reconhecimento internacional, uma vez que possui óleos sobre telas espalhados por vários países.

(na foto: os irmãos Célia, Claudio e Zulma)

Monlevadense de nascimento, rio - piracicabense de coração, mineira e brasileira de alma. Artista de berço e amor. Traz no sangue as marcas das cores mineiras e o amor pelas tintas que usa para colorir a vida. Pintora e restauradora, Zulma Maria se destaca como uma das melhores Artistas Plásticas de nossa cidade e região, seguindo os passos de seu pai, falecido em 2007, aos 95 anos. Hoje, a artista vem assinando suas obras como Zulma Leite e Silva, e vem pintando cada vez mais e melhor, criando telas que refletem a alma de uma artista sensível e inquieta.

Por tudo isto, este espaço é a consagração de uma história construída através de cores e artes.


Texto: Caio Fernando Leite (minhavisaogeral.blogspot.com)